quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Reflexão a partir do Caderno IV - Etapa I "ÁREAS DE CONHECIMENTO E INTEGRAÇÃO CURRICULAR"

Reflexão e ação 
O trecho abaixo foi retirado do livro Cartas a Théo, de Vincent Van Gogh. Nessa obra, são compiladas cartas que o pintor holandês enviou a seu irmão de 1875 até sua morte, em 1890. 
CARTA Nº 195
Haia, abril de 1882
Eis o que penso sobre o lápis de carpinteiro. Os velhos mestres, com o que teriam desenhado? Certamente não com um Faber B, BB, BBB, etc., etc., mas com um pedaço de grafite bruto. O instrumento do qual Michelângelo e Dürer se serviram provavelmente era muito parecido com um lápis de carpinteiro. Mas eu não estava lá, e portanto não sei de nada. Sei, no entanto, que com um lápis de carpinteiro podemos obter intensidades distintas das destes finos Faber, etc.
O carvão é o que há de melhor, mas quando se trabalha muito, o frescor se perde, e para conservar a precisão é preciso fixar sem demora. Para a paisagem é a mesma coisa; vejo que desenhistas com Ruysdaël, Goyen, Calame, e também Roelofs, por exemplo, entre os modernos, tiraram dele ótimo partido. Mas se alguém inventasse uma boa pena para trabalhar ao ar livre, com tinteiro, o mundo talvez visse mais desenhos à pena.Com carvão mergulhado na água pode-se fazer coisas excelentes, pude ver isto com Weissenbruch; o óleo serve para a fixação e o preto torna-se mais quente e mais profundo. Mas é preferível que eu faça isto daqui a um ano e não agora. É o que digo a mim mesmo, pois não quero que a beleza se deva a meu material, e sim a mim mesmo.
Cartas extraídas do livro Cartas a Théo, L&PM Pocket, 1997, com tradução de Pierre Ruprecht. As eventuais incoerências linguísticas foram mantidas pela editora para se aproximar ao máximo dos escritos do pintor.
Estamos diante de um texto publicado na forma de livro, no qual o autor é um pintor, se referindo ao seu trabalho e aos instrumentos que tinha disponíveis na época. Refere-se a diferentes técnicas de pintura, à forma como a natureza pode ser captada a partir de cada uma delas e, ao mesmo tempo, já trazendo dúvidas sobre o papel do instrumento tecnológico na autoria da obra. Com base neste texto e no que discutimos anteriormente: 1. Destaque as dimensões da cultura, do trabalho, da ciência e da tecnologia presentes nesse trecho da obra. 
2. De que forma ele poderia ser incorporado como material para discussão em sala de aula? Em que contexto e com qual objetivo? Havendo interesse, você poderá acessar todo o conjunto de obras de Van Gogh no site <http://www.vangoghgallery.com/catalog/>. O texto aborda os fundamentos ontológi- cos e históricos da relação trabalho e educação na perspectiva dos modos de produção da existência humana (comunitarismo primitivo, antiguidade clássica, feudalismo e capitalismo). O filme, por sua vez, retrata um período na pré-história e dois grupos de hominídeos. O primeiro, que quase não se diferencia dos macacos por não ter fala e se comunicar por meio de gestos e grunhidos, é pouco evoluído e acha que o fogo é algo sobrenatural por não dominarem ainda a técnica de produzi-lo; o outro grupo é mais evoluído e tem uma comunicação e hábitos mais complexos, como a habilidade de fazer o fogo. Esses dois grupos entram em contato quando o fogo da primeira tribo é apagado em uma guerra com uma tribo de hominídeos mais primitivos, que disputam a posse do fogo e do território. Levados por diversas circunstâncias a um encontro com a tribo de Ika, percebem que há uma maneira diferente de viver; observam as diferentes formas de linguagem, o sorriso, as construções de cabanas, pinturas corporais, o uso de novas ferramentas e mesmo um modo diferente de reprodução. Que situações concretas da prática social no comunitarismo primitivo abordadas pelo filme têm relação com os fundamentos históricos e ontológicos da relação trabalho e educação, discutidas no texto? O que permanece e o que se modifica na passagem para os modos de produção seguintes? 


1- O texto faz alusão aos mestres do passado o qual é uma referência à cultura. Ao se referir aos mestres, assim como aos carpinteiros, aborda seus trabalhos. Fazendo uma descrição dos métodos usados no passado e no presente, são mencionadas as formas tecnológicas usadas para produzir um produto. Finalmente, explicando o resultado de cada instrumento usado tanto no passado, como no presente, são explicados cientificamente os efeitos dos instrumentos usados.

2- O texto poderia ser incorporado como material de discussão para demonstrar e explanar as quatro áreas presentes nele: cultura, trabalho, ciência e tecnologia. Pois, como notamos, essas diferentes áreas estão envolvidas no processo da produção do texto. Além de percebermos claramente esses passos na carta, há uma abordagem ontológica e histórica da relação trabalho e educação em uma perspectiva ampla das formas de produção da existência humana. Isso é fundamental no processo educacional onde será desembocado na formação do educando como um "cidadão do mundo".
Prof. Geraldo G. da Silva Filho

Ele utilizou da ciência e uma ¨nova tecnologia¨ para realizar a sua obra, ele usou o carvão  que conforme a necessidade podia ser mergulhado em água e também em óleo e com isso o preto se tronava mais quente e profundo, ou seja, neste texto a ciência pode ser expressa nas diferentes técnicas de pintura com carvão e a nova tecnologia é expressa quando o óleo é imerso em óleo para a fixação.
Este texto demostra a importância da ciência, ao utilizar diferentes materiais, fazendo experimentação, e desta forma podemos obter diferentes resultados, assim como na Química. Um bom resultado pode vir depois de um único experimento ou muitas vezes depois de inúmeros mal sucedidos. Dados mal sucedidos muitas vezes são mais importantes que os bem sucedidos, pois nos levam a pensar em novos métodos de realização. Muitas conclusões importantes são obtidas de experimentos mal sucedidos.
Dessa forma, esse texto pode servir de inspiração para nossos alunos, perceberem que um trabalho bem elaborado, não foi inicialmente planejado daquela maneira, e sim, resultou de um processo de melhorias e alterações, no qual combinados deu então o resultado final.
Prof. Mônica Peralta

Nenhum comentário:

Postar um comentário