quarta-feira, 10 de junho de 2015

Etapa II Caderno III CIÊNCIAS DA NATUREZA

Após a leitura do caderno III – Ciências da Natureza, leiam as proposições abaixo, retiradas do livro Ensino de Ciências e Cidadania das autoras Myrian Krasilchik  e Marta Marandino (2007, p. 54-55)...
...Discutam essas afirmações. Todos concordam com essas afirmações? Como podem, de fato, serem planejadas práticas que corroborem com tais proposições?

            Concordo com as afirmações, pois é fato que o ensino de ciências tem como uma de suas principais funções a formação do cidadão capaz de compreender e fazer uso dos conceitos científicos em seu cotidiano, bem como participar do processo de discussão e de decisões pessoais ou de interesse da sociedade, como por exemplo, questões que envolvam alimentação, recursos naturais, energia, meio ambiente e saúde. Para tanto, também se faz necessária uma relação de boa convivência e diálogo com nossos alunos, pois para essa compreensão científica, é preciso também o desenvolvimento de valores, como solidariedade, compromisso social, respeito ao próximo e generosidade.
 Isso requer do professor, não só o domínio do conteúdo e uma constante atualização que permita sua interação com as novas técnicas de ensino-aprendizagem em ciências, como também saber questionar seus alunos,  incentivando posturas críticas, solidárias, comprometidas com o bem de todos, se baseando numa argumentação lógica e científica.
E para que essa educação seja um processo contínuo, é preciso que o professor ofereça ao aluno outras oportunidades de aprendizagem, como visitas a museus, espaços culturais, e outros tipos de ambientes que despertem sua curiosidade e vontade de aprender, além das práticas experimentais em laboratório dentro da escola,  como ponto de partida para desenvolver a compreensão de conceitos,  levando esse aluno a participar ativamente da construção de seu saber.
Diante de tudo isso, nós, profissionais, também nos frustramos ao esbarrarmos em vários empecilhos que dificultam essas práticas tão importantes para a formação científica de nossos alunos, como a falta de estrutura das escolas, a falta de materiais, os salários, a carga horária inadequada, a indisciplina, e tantos outros que dificultam, mas não nos impedem de realizarmos um bom trabalho, pois acima de tudo isso, está nossa vontade de acertar, de fazer acontecer, de fazer a diferença, e por isso não desistimos.
Prof. Gláucia Cabral 


terça-feira, 2 de junho de 2015

Etapa II Caderno III Ciências da Natureza "Ensino de ciências da natureza para avaliação e prosseguimento".

       Estamos atravessando um período importantíssimo e oportuníssimo em relação ao processo formativo e educativo de nossos jovens. Quando nos situamos em lugares concebidos ao aprendizado simplesmente técnico e processual, não temos a consciência das transformações que se operam e permeiam nosso labor. Ao delimitar as fronteiras do conhecimento e das regras sociais, estamos também de forma sistemática e inconsciente levando aos nossos colaboradores uma perspectiva tecnicista e equivocada, ao contrário do que possa parecer aos grupos disciplinadores e reacionários. Fazemos com que se impeçam desenvolvimento amplo e irrestrito, causando e não obstante regrando ao invés de regar nossa juventude, somos capazes de transformar conceitos escrupulosos em ignomínias e estabelecer um equívoco equacional imperceptível e nefasto em todo o processo....
      A medida em que atentamos as regras do jogo, percebemos que ocorre uma adaptação de atitudes e atividades. Enquanto nossas ações criarem um abismo intransponível na relação professor-aluno, estamos deprimindo nossa perspectiva e encurralando as possibilidades, fico interessado todavia em motivar ao desfazimento de relações pragmáticas e descritivas, introduzindo ao ambiente de trabalho a satisfação com o cumprir das tarefas de forma conjuntural, inversa ao modelo pré-concebido e doutrinário vigente, somos um bando em revelia do mundo e das certezas... Agora não podemos ter na consciência maiores divergências quanto ao fato de sermos feitos do mesmo material, temos nas nossas entranhas pequenos organismos autônomos e fazemos parte de um universo mais amplo, somos humanos. Essa constatação simples e avassaladora faz com que desnudemos nossas certezas e ampliemos nossas igualdades, estabelecendo uma possibilidade de troca verdadeira e edificante do processo motivacional. O estudante na sua condição realística e decisória é o cimento dessa argamassa, não obstante os profissionais da educação coadjuvam no ambiente escolar, seria mero casuísmo concordar com o senso comum quanto aos papéis representados na escola, ao mestre verdadeiramente lhe é outorgado o direito a humildade e sabedoria quando se coloca a favor da liberdade de aprender e ensinar, ao se perceber agente causador cria-se um abismo entre o saber e o aprender, somos todos aprendizes no ambiente educacional, entre as fresta da possibilidade devemos adentrar ao método e a concretização desse maravilhoso mister, prezados colegas, talvez não compartilhemos as mesmas opiniões, as mesmas vivências, mas com toda incerteza acreditamos na possibilidade de aprender sobre a vida e seus descaminhos que conduzem a única certeza desse mundo....
O ensino e estudo das ciências da natureza nos moldes atuais é equivocado e contra producente, segundo análise dos autores do material enviado no curso de formação, necessitando uma abordagem mais atual, segundo critérios didáticos e pedagógicos progressistas, percebo que essa abordagem diagnóstica e ao mesmo tempo prognóstica, tem carácter ideológico e tendencioso, na tentativa de mudar pressupostos básicos para uma educação transformadora, em meros atos de foro administrativo, tentam através de uma visão simplista e burocrática, resolver o problema do interesse acadêmico, em uma perspectiva aglutinadora e perniciosa, juntar, unir, ou interpor conhecimentos distintos e complementares, como solução para a falta de interesse dos estudantes em aprender ciências da natureza. A nossa sociedade contemporânea, passa por transformações  superficiais e meramente de cunho comercial mercadológico, como no caso de uso de tecnologias, mas nos conceitos primários continuamos conservadores e praticamente sem alterações significativas, somos uma sociedade que explora e oprime nossos cidadãos a medida em que vivemos sob a égide da força e da truculência estatal, em que parcos investimentos são feitos na área de educação, infringindo aos professores além de baixos salários, uma sege emblemática e danosa tornando-os aduladores ou excluídos de brindes ou tarefas  com uma supervalorização de uma ingênua e pérfida ordem burocrática, os valores que movem a nossa sociedade são coloniais, somos todos compelidos a convivência nefasta da submissão e ou hipocrisia, levando-nos a um estado de prostração inequívoca e desanimadora. Nossos alunos mais parecem famigerados mendigos, famintos e assustados com essa escola de horrores, encontram pela frente profissionais frustrados, impotentes e limitados em suas possibilidades, diante de uma tarefa hercúlea e penosa, tentam agora subverter a ordem das coisas, como se por um passe de mágica pedagogista, pudéssemos transformar a sociedade e sua realidade, através de simples práticas expositivas, precisamos abrir os olhos de nosso alunos, com a verdade que nunca é absoluta, a verdade do trabalho que de fato produz e induz ao progresso e ao conhecimento, seja ele educacional ou social, não podemos seguir ingênuos e passivos em direção a aniquilação do estudo das ciências da natureza, transformando-nos em espectadores do fracasso e do engano, o processo educação-aprendizado, irá evoluir a medida em que nossa sociedade evoluir, a medida em que os valores dinâmicos e objetivos da ciência forem alçados enquanto os valores subjetivos e mitológicos forem destituídos em nossos objetivos de vida e em nosso cotidiano.   
Prof. André ADP Gonçalves



Etapa II Reflexões unidades I, II e III - Caderno III Ciências da Natureza

CIÊNCIAS DA NATUREZA

1. Contextualização e contribuições da área Ciências da Natureza para o estudante do Ensino Médio

Apesar de o conhecimento das Ciências Naturais (química, física e a biologia) estarem presentes constantemente no dia a dia da nossa sociedade, elas são sempre destacadas como complexas e de difícil  assimilação pelos os estudantes de ensino médio, o que acabam sempre resultando em notas mais baixas 
Por mais que associemos o ensino das Ciências da Natureza com experimentos, ou fatos, que recorrem ao nosso a fazer diário, a explicação do conteúdo, se torna quase inviável, pois o aluno não consegue entender o porque de estar estudando aquele assunto, aí vai deixando de se interessar por essa área e passa a manifestar insatisfação e até medo dessas disciplinas.
Talvez o estudante fique um pouco perdido pois as disciplinas na área das Ciências da Natureza, ou seja, a química, a física e a biologia, são apresentadas para a aprendizagem do aluno de formas separadas e independentes, como se não existisse um correlação entre elas. 
Acredito que a partir do momento que existir essa interdisciplinaridade e a comunicação entre esses disciplinas, esses assuntos chegarão até o estudante de forma mais “ leve”, tornando o aprendizado mais fácil e agradável, pois ele estará vendo a relação existente entre as Ciências  e perceberá mais facilmente a importância de estudar aquele determinado conteúdo.

2. Os sujeitos estudantes do Ensino Médio e os direitos à aprendizagem e ao desenvolvimento humano na área de Ciências da Natureza

Conhecer e aprofundar os interesses e as necessidades do estudante é fundamental para o trabalho pedagógico completo, uma vez que esses são o foco do nosso trabalho, ou seja, são o sujeito central do processo educativo, logo são dotados de direitos.
Aprofundar entre os professores a discussão da contextualização e interdisciplinaridade entre essas disciplinas torna-se uma questão muito importante, pois integram esses conhecimentos e facilitam a aprendizagem.

3. Trabalho, Cultura, Ciência e Tecnologia na área de Ciências da Natureza

É conhecido como CTS a área que estuda as inter-relações entre ciência-tecnologia-sociedade em suas múltiplas influências. O ensino e a pesquisa fundamentam que a ciência e a tecnologia são as duas mais potentes forças para as mudanças globais para a sociedade.
Explicar a importância de os professores abrirem um espaço de discussão dentro de sua sala de aula,  buscando identificar, problematizar e analisar as conjecturas teóricas e práticas relacionadas às interações entre trabalho, ciência, tecnologia, cultura, sociedade e o ambiente. 
Abordar o conceito de CTS, pode ser explorado pela figura abaixo:


 Prof.: Mônica Peralta



segunda-feira, 1 de junho de 2015

Abrindo Espaços Humanitários (AEH) Reflexão sobre a formação e experiência.

   

No dia 21 e 22/5/2015, ocorreu a capacitação para professores oferecido pela SEEDUC/RJ em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). Eu e Kassia, a professora de português da escola, nos disponibilizamos a participar, e, posteriormente, multiplicar. O público alvo são os estudantes do Ensino Médio da rede pública. O lema norteador desse programa é a promoção do diálogo entre estudantes e professores sobre princípios humanitários e temas relacionados à violência.  No Rio de Janeiro, tem como principal objetivo ajudar a reduzir as consequências da violência armada. 
     A formação teve duração total de 16h se dividindo em quatro grandes blocos entre os dois dias. No primeiro, houveram as apresentações de toda a equipe e a dos professores, a explicação do porque estávamos ali, quais eram os objetivos, e  as principais definições do que seria abordado, assim como a visualização de imagens diversas. 
    O levantamento de temas polêmicos, como vocês podem imaginar, abriu o debate entre os professores, a maioria deles sentindo-se impotentes quanto a grande carência e violência observada no dia a dia da escola, na dificuldade do trabalho com os jovens e adolescentes, que vivem em áreas consideradas de risco por toda a sociedade, sendo que a grande diferença é que eles não só veem o noticiário, mas vivenciam a violência em diferentes níveis todos os dias... 
    Voltando para o ambiente da formação, além de estar lotado de professores numa sala relativamente pequena para a disposição sugerida, algumas falas "tiveram que ser cortadas", principalmente quando os formadores achavam que o tema abordado não tinha relevância, como o fato da indignação dos professores serem tão desvalorizados e apanharem da própria "força policial nacional, que deveriam ser pagos para nos trazer segurança, e não o contrário, como temos observado e sentido na própria pele! Essa restrição me incomodou muito, e, o argumento para tal, era que deveríamos naquele momento nos ater aos alunos... E não seríamos nós, professores, que deveríamos nos disponibilizar para tratar da temática sobre violência e atos humanitários com os alunos? Como falar de dignidade e cidadania, precauções contra a violência, se nós mesmos não sentimos ter nossos direitos resguardados?
    Respirei e continuei lá, observando e aberta a novas possibilidades. A dinâmica proposta após o almoço envolvia o corpo e interação entre os participantes, mas não saiu exatamente como planejado devido o pouco espaço e "correria" para dar conta do script". Ganhamos todos um material de texto com possibilidades e propostas de discussão para serem realizadas com os alunos, e naquele momento, fomos divididos em três grandes grupos para vivenciarmos nós mesmos duas das atividades. O deslocamento proposto foi interessante pois podemos, ao menos tentar trocar diferentes pontos de vista sobre o assunto e falarmos mais livremente de nossas experiências, não só em sala, mas de projetos desenvolvidos nas diferentes unidades escolares. O ruído do falatório geral atrapalhou, mas não desistimos, afinal, estamos acostumados a superar grandes desafios!
    No segundo dia, ainda nos sentindo cansadas da jornada do dia anterior, tivemos a surpresa de vivenciarmos um dia mais tranquilo, com muito menos pessoas num mesmo ambiente, e consequentemente, mais acolhedor. Trocamos muitas experiências, fomos estimulados a falar, a trocar, e com isso, podemos ser mais receptivos a  proposta do programa. E como faz diferença ser escutado também, como devemos nos lembrar sempre disso no momento que estamos com nossos alunos. O diálogo deve ser dialógico, como falava muito bem o educador Paulo Freire. A voz que dita, unilateral,  leva a opressão, a ditadura, tendo como consequência a maior das violências...
    Realizamos novamente em grupo outras duas ou três atividades do material de texto que recebemos, uma delas envolvendo uma música, e  nos foram mostradas outras possibilidades de abordarmos a temática sobre violência com os alunos, tendo certos cuidados que realmente não havíamos pensado. 
    Levamos daquele dia um aprendizado, talvez o maior de todos, que cada dia é único, mesmo quando estamos com as mesmas pessoas, não devemos subestimá-las e nos fecharmos como ostras, podemos dar novas chances a nós mesmos, GUERREIROS DA EDUCAÇÃO!!!!
Prof. Raquel da Camara (Artes)

domingo, 31 de maio de 2015

Etapa II Caderno V Matemática "Reflexão sobre projeto de trabalho coletivo e interação entre os diversos componentes curriculares"

Reflexão sobre projeto de trabalho coletivo e interação entre os diversos componentes curriculares

O fato de a Matemática estar tão intimamente ligada à atividade escolar e, ao mesmo tempo, a um conhecimento por vezes descrito como inalcançável por muitos estudantes e adultos que já concluíram a Educação Básica, torna a área particularmente importante no contexto educacional. Isso porque se faz necessário construir experiências em educação matemática capazes de superar barreiras e distâncias criadas por relações “improdutivas” entre o professor, o estudante e o conhecimento. Tais relações são reforçadas por abordagens escolares incapazes de produzir comunicação efetiva entre os saberes dos estudantes ou as suas necessidades de aprendizagem e o conhecimento, mediada pelos professores.
Por outro lado, há um claro reconhecimento social da importância do domínio básico dos conceitos e das ferramentas que a Matemática oferece para a vida humana. Tal reconhecimento é, muitas vezes, confundido com a garantia de mais espaço no currículo para a Matemática, o que não necessariamente implica em maior qualidade das aprendizagens em Matemática. Em especial no Ensino Médio, onde há treze disciplinas/componentes curriculares obrigatórios de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL, 2012), é preciso olhar com cuidado as atividades desses componentes e de outros definidos nas escolas, para se aproveitar das inúmeras relações existentes entre os conceitos e assuntos que todos eles podem englobar.
Caracterizar o pensamento matemático não é tarefa trivial, por mais que se queira. Em se tratando da Matemática para a escola de Educação Básica, essa tarefa se torna ainda mais delicada, uma vez que se faz necessário superar certas tradições que vêm caracterizando a escolha de conteúdos escolares sem a devida atenção à necessidade de explorar as características dessa ciência, de modo que favoreçam o desenvolvimento integral.
Mesmo com critérios de validação baseados em princípios lógicos comuns a todos seus campos, o fazer matemático mobiliza quatro diferentes tipos de raciocínios ou intuições: o pensamento indutivo (ou raciocínios plausíveis, presentes no ato de criação matemática, na formulação intuitiva de novas conjecturas a serem validadas posteriormente); o raciocínio lógico-dedutivo (próprio da Álgebra e Geometria, por exemplo, e de tudo que diz respeito a provas de propriedades em todos os campos da Matemática); a visão geométrico-espacial (necessária para o aprendizado significativo da geometria e de suas aplicações) e o pensamento não-determinístico (característico da estatística e da probabilidade, campos que estudam eventos que envolvem aleatoriedade).
Muitas das escolhas de conteúdos feitas por nós professores parecem indicar uma abordagem mais concentrada em um determinado tipo de pensamento matemático, a saber, o raciocínio lógico-dedutivo. Ainda assim, é muito característico das abordagens mais tradicionais, confundir o pensamento lógico-dedutivo com a simples memorização de regras e fórmulas. Tal equívoco frequente induz a deturpações sobre a concepção da própria natureza da Matemática. Procedimentos e regras podem ter sua validade efetivamente comprovada apenas por meio de raciocínios lógico-dedutivos. Decorar não pode ser sinônimo de raciocinar. Executar procedimentos padrão sem compreensão, em exercícios repetitivos, não promove o desenvolvimento de raciocínio nem a aprendizagem significativa dessa ciência. A memorização de certos procedimentos, por meio da repetição de técnicas ou regras de uso muito frequentes pode até ter utilidade na continuidade dos estudos nessa área. O indesejável é a simples prescrição de regras, sem prévia discussão e validação pelos estudantes, pois não contribui para a formação integral almejada.
Neste sentido, faz-se necessário  proporcionar experiências escolares que promovam o desenvolvimento desses quatro tipos de raciocínios ou intuições, fazendo escolhas mais adequadas às necessidades de compreensão e usos dos conhecimentos matemáticos em contextos enriquecedores.
Prof.: João Paulo Nascentes


Etapa II Caderno IV Linguagens - Reflexão unidade II Possibilidades de abordagens pedagógico-curriculares na área de Linguagens

Possibilidades de abordagens pedagógico-curriculares na área de Linguagens

Ao ministrar as aulas de língua portuguesa, já venho fazendo com a turma todo um trabalho pautado nas diversas modalidades de comunicação e sempre procurei colocar em prática o diálogo, as discussões sadias, incentivando a participação de todos, fazendo-os trilhar um caminho de aprendizado, com respeito às diferenças e liberdade de opinião de cada um. Sempre procuro algum exemplo da vida prática, de conhecimento de mundo, para fazer analogia até mesmo com os conceitos mais complexos de gramática. Seguimos assim, para além da gramática convencional. Dessa forma, há um diálogo muito profícuo entre o que procuro ensinar e o que eles, em sua maioria, os jovens, estão dispostos a apreender.
Em uma dessas conversas, tive a oportunidade de apresentar cinco práticas de linguagem presentes em suas vidas, ou que futuramente gostaria que estivessem, que foram:
·         Formação de rodas de leitura e compartilhamento de textos produzidos;
·         Instauração de ciclos de debates e diversos outros eventos;
·         Desenvolvimento de projetos culturais (teatro, dança, música e artes plásticas);
·         Participação em movimentos já instaurados (cineclubes, saraus, exposições);
·         Frequência a aparelhos culturais (teatros, cinemas, museus, feiras, etc.)

Quanto às rodas de leitura e compartilhamento de textos escritos por eles, já tivemos a oportunidade de experimentar e o resultado foi ótimo. A princípio, com timidez, depois, com dedicação e interesse no que o outro teria a partilhar. Tal atividade ajuda na elevação da auto-estima e faz com que alunos se sintam também sujeitos da aprendizagem. Sempre que há algum tema polêmico na mídia, proponho debates, momento em que todos podem manifestar seu pensar e sabem que gozam de liberdade para falar. Essa atitude é importante, pois ajuda a “destravar” o pensamento, que muitas vezes não é manifestado porque o aluno tem vergonha de falar.
Quanto aos projetos culturais, houve poucas oportunidades de levá-los a conhecer um espetáculo de dança, peças teatrais, exposições de obras de arte... Porém, comento muito com eles e mostro materiais que falam da importância desse tipo de manifestação artística para a perfeita compreensão dos conceitos de cultura e identidade. Aliás, sinto a necessidade de aliar meus ensinos de língua portuguesa e literatura a conceitos de obra de arte musical, cênica, pictórica e escultural, por exemplo, em determinado momento em que tal obra foi concebida, o que se falou sobre ela, qual foi a opinião da crítica da época? O que aquela peça, aquele quadro significou para a humanidade? Esses são exemplos de conhecimento de mundo, ao qual o nosso jovem de ensino médio, da realidade da nossa escola, ainda não conseguiu ter contato. Infelizmente, não há meios financeiros de levá-los até tais lugares, a um teatro, museu, conhecer cidades históricas, o que seria uma aula em que a prática iria corroborar a teoria. Fica aqui declarada a vontade de nós, docentes, de transformar essa ideia em realidade.
A respeito de tais práticas de linguagem, faço uma paráfrase ao que é dito no texto desse Caderno, que o jovem também pode se apropriar dessas práticas de linguagem para acessar espaços sociais e também para refletir sobre seu mundo e sua identidade, tornando-os seres independentes e capazes de se integrarem ao mundo em geral, à sociedade, com bagagem para conhecimento e exploração do novo, afinal, os professores não vão estar para sempre na vida desses alunos para dar-lhes a direção e as definições de suas escolhas. Eles deverão estar aptos a seguir com suas vidas nos ambientes mais diversificados: trabalho, sindicatos, igrejas, etc.
Como direitos à aprendizagem e ao desenvolvimento, citaria, entre outros:
·         A pluralidade de práticas e valores socioculturais;
·         A compreensão, apropriação e uso de várias formas de linguagem;
·         O acesso crítico a patrimônios;
·         A construção e apropriação de ferramentas conceituais e procedimentais de diversas tradições do conhecimento humano;
·         A historicidade como forma de desnaturalização das condições de produção e validação dos conhecimentos;
·         O pensamento emancipador;
·         A reflexão sobre o trabalho humano e seu papel na construção das relações entre pessoas e destas com as instituições.
  

Sendo assim, apresento essa reflexão aos colegas e aguardo um diálogo instigante a respeito das possibilidades de trabalhos interdisciplinares. 
Prof.: Kassia Fernandes

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Caderno II Ciências Humanas - Reflexão unidade II "Interdisciplinaridade"

REFLEXÃO E AÇÃO  
Caro professor, cara professora, como sugestão para o desenvolvimento de um bom trabalho e com foco no processo de humanização, sugerimos a realização de um exercício simples com os jovens. Peça que eles escrevam (ou utilizem outra forma de expressão mais atraente, como um pequeno vídeo, uma teatralização etc) quais são seus valores atuais, seus planos para o futuro, e como eles se imaginam daqui a 10 anos. Acreditamos que com este exercício simples você poderá se surpreender com a beleza de muitos sonhos, com o valor que estes jovens dão a família e a escola. Esses dados podem ser expostos, sem identificação dos autores, é claro, mas como forma de valorizar o jeito de cada um. Lembre-se que conhecer os sujeitos da aprendizagem é fundamental. Poderá fazer toda a diferença na condução das nossas aulas. Nos tornará profissionais mais próximos do que o jovem estudante também espera de um professor. Depois de realizar essa ação, registre as conclusões por escrito e socialize no seu grupo de estudo. 

Ciências Humanas

Interdisciplinaridade

  A perspectiva do desenvolvimento da prática interdisciplinar vem sendo levantada como uma necessidade e uma saída para um ensino mais dinâmico e que responda ao momento atual de constantes mudanças e novas formas de acesso à informação. A interdisciplinaridade significa uma prática docente comum, significa ter um grupo de professores falando a mesma língua no esforço de estabelecer um projeto em conjunto.
  Muitos são os pontos de contato entre os currículos na área das ciências humanas. A prática em comum não significa tocar nos assuntos, conceitos ou teorias de outras disciplinas. Tomar emprestado noções da geografia nas aulas de história, usar um mapa, fazer uma tabela de população nas aulas de sociologia, essa é a multidisciplinaridade. A interdisciplinaridade é um processo de construção pedagógico em comum, onde os professores possam ter tempo de discutir e elaborar um projeto e uma prática de sala de aula que seja cada vez mais próxima. Construir coletivamente oferece ao professor a chance de dar continuidade ao conteúdo trabalhado pelos  colegas em aulas anteriores, usar as notas ou considerar os mesmos instrumentos de avaliação.
  No segundo bimestre do segundo ano do ensino regular os conteúdos de história e sociologia são bem parecidos, ao entrar em sala o professor de história pode dar seguimento a aula do professor de sociologia, eles podem inclusive trocar a ordem do currículo mínimo se for melhor para se estabelecer um diálogo entre os campos.  Uma prática em comum acaba por oferecer ao aluno maior clareza no estudo dos conteúdos trabalhados e a noção de que existe maior relação entre os fenômenos no mundo real, apesar da divisão entre as disciplinas no mundo acadêmico.
  Importante para facilitar o trabalho do professor é o uso de projetos transversais, muitas vezes criados pela direção ou pela equipe pedagógica, que possam servir como ponte de contato, facilitadores da troca entre os diversos professores e áreas do conhecimento. Tempo e valorização profissional são fundamentais para pôr em prática a dimensão interdisciplinar na educação, os professores precisam estar juntos, construir juntos e ter fôlego e motivação para tal.
  
Prof.: Daniel Hofmann da Silva