Estamos atravessando um
período importantíssimo e oportuníssimo em relação ao processo formativo e
educativo de nossos jovens. Quando nos situamos em lugares concebidos ao aprendizado
simplesmente técnico e processual, não temos a consciência das transformações
que se operam e permeiam nosso labor. Ao delimitar as fronteiras do
conhecimento e das regras sociais, estamos também de forma sistemática e
inconsciente levando aos nossos colaboradores uma perspectiva tecnicista e
equivocada, ao contrário do que possa parecer aos grupos disciplinadores e reacionários.
Fazemos com que se impeçam desenvolvimento amplo e irrestrito, causando e não
obstante regrando ao invés de regar nossa juventude, somos capazes de
transformar conceitos escrupulosos em ignomínias e estabelecer um equívoco
equacional imperceptível e nefasto em todo o processo....
A medida em que
atentamos as regras do jogo, percebemos que ocorre uma adaptação de atitudes e
atividades. Enquanto nossas ações criarem um abismo intransponível na relação
professor-aluno, estamos deprimindo nossa perspectiva e encurralando as
possibilidades, fico interessado todavia em motivar ao desfazimento de relações
pragmáticas e descritivas, introduzindo ao ambiente de trabalho a satisfação
com o cumprir das tarefas de forma conjuntural, inversa ao modelo pré-concebido
e doutrinário vigente, somos um bando em revelia do mundo e das
certezas... Agora não podemos ter na consciência maiores divergências quanto ao
fato de sermos feitos do mesmo material, temos nas nossas entranhas pequenos
organismos autônomos e fazemos parte de um universo mais amplo, somos humanos.
Essa constatação simples e avassaladora faz com que desnudemos nossas certezas
e ampliemos nossas igualdades, estabelecendo uma possibilidade de troca
verdadeira e edificante do processo motivacional. O estudante na sua condição
realística e decisória é o cimento dessa argamassa, não obstante os
profissionais da educação coadjuvam no ambiente escolar, seria mero casuísmo
concordar com o senso comum quanto aos papéis representados na escola, ao
mestre verdadeiramente lhe é outorgado o direito a humildade e sabedoria quando
se coloca a favor da liberdade de aprender e ensinar, ao se perceber agente
causador cria-se um abismo entre o saber e o aprender, somos todos aprendizes
no ambiente educacional, entre as fresta da possibilidade devemos adentrar ao
método e a concretização desse maravilhoso mister, prezados colegas, talvez não
compartilhemos as mesmas opiniões, as mesmas vivências, mas com toda incerteza
acreditamos na possibilidade de aprender sobre a vida e seus descaminhos que
conduzem a única certeza desse mundo....
O ensino e estudo das ciências da natureza nos moldes atuais é
equivocado e contra producente, segundo análise dos autores do material enviado
no curso de formação, necessitando uma abordagem mais atual, segundo critérios
didáticos e pedagógicos progressistas, percebo que essa abordagem diagnóstica e
ao mesmo tempo prognóstica, tem carácter ideológico e tendencioso, na tentativa
de mudar pressupostos básicos para uma educação transformadora, em meros atos de
foro administrativo, tentam através de uma visão simplista e burocrática,
resolver o problema do interesse acadêmico, em uma perspectiva aglutinadora e
perniciosa, juntar, unir, ou interpor conhecimentos distintos e complementares,
como solução para a falta de interesse dos estudantes em aprender ciências da
natureza. A nossa sociedade contemporânea, passa por transformações superficiais e meramente de cunho comercial
mercadológico, como no caso de uso de tecnologias, mas nos conceitos primários
continuamos conservadores e praticamente sem alterações significativas, somos
uma sociedade que explora e oprime nossos cidadãos a medida em que vivemos sob
a égide da força e da truculência estatal, em que parcos investimentos são
feitos na área de educação, infringindo aos professores além de baixos
salários, uma sege emblemática e danosa tornando-os aduladores ou excluídos de
brindes ou tarefas com uma
supervalorização de uma ingênua e pérfida ordem burocrática, os valores que
movem a nossa sociedade são coloniais, somos todos compelidos a convivência
nefasta da submissão e ou hipocrisia, levando-nos a um estado de prostração
inequívoca e desanimadora. Nossos alunos mais parecem famigerados mendigos,
famintos e assustados com essa escola de horrores, encontram pela frente
profissionais frustrados, impotentes e limitados em suas possibilidades, diante
de uma tarefa hercúlea e penosa, tentam agora subverter a ordem das coisas,
como se por um passe de mágica pedagogista, pudéssemos transformar a sociedade
e sua realidade, através de simples práticas expositivas, precisamos abrir os
olhos de nosso alunos, com a verdade que nunca é absoluta, a verdade do
trabalho que de fato produz e induz ao progresso e ao conhecimento, seja ele
educacional ou social, não podemos seguir ingênuos e passivos em direção a
aniquilação do estudo das ciências da natureza, transformando-nos em espectadores
do fracasso e do engano, o processo educação-aprendizado, irá evoluir a medida
em que nossa sociedade evoluir, a medida em que os valores dinâmicos e
objetivos da ciência forem alçados enquanto os valores subjetivos e mitológicos
forem destituídos em nossos objetivos de vida e em nosso cotidiano.
Prof. André ADP Gonçalves
Parabéns Prof. André.
ResponderExcluirFoi no ponto exato da questão. Excelente o texto.
A educação agradece.