terça-feira, 2 de junho de 2015

Etapa II Caderno III Ciências da Natureza "Ensino de ciências da natureza para avaliação e prosseguimento".

       Estamos atravessando um período importantíssimo e oportuníssimo em relação ao processo formativo e educativo de nossos jovens. Quando nos situamos em lugares concebidos ao aprendizado simplesmente técnico e processual, não temos a consciência das transformações que se operam e permeiam nosso labor. Ao delimitar as fronteiras do conhecimento e das regras sociais, estamos também de forma sistemática e inconsciente levando aos nossos colaboradores uma perspectiva tecnicista e equivocada, ao contrário do que possa parecer aos grupos disciplinadores e reacionários. Fazemos com que se impeçam desenvolvimento amplo e irrestrito, causando e não obstante regrando ao invés de regar nossa juventude, somos capazes de transformar conceitos escrupulosos em ignomínias e estabelecer um equívoco equacional imperceptível e nefasto em todo o processo....
      A medida em que atentamos as regras do jogo, percebemos que ocorre uma adaptação de atitudes e atividades. Enquanto nossas ações criarem um abismo intransponível na relação professor-aluno, estamos deprimindo nossa perspectiva e encurralando as possibilidades, fico interessado todavia em motivar ao desfazimento de relações pragmáticas e descritivas, introduzindo ao ambiente de trabalho a satisfação com o cumprir das tarefas de forma conjuntural, inversa ao modelo pré-concebido e doutrinário vigente, somos um bando em revelia do mundo e das certezas... Agora não podemos ter na consciência maiores divergências quanto ao fato de sermos feitos do mesmo material, temos nas nossas entranhas pequenos organismos autônomos e fazemos parte de um universo mais amplo, somos humanos. Essa constatação simples e avassaladora faz com que desnudemos nossas certezas e ampliemos nossas igualdades, estabelecendo uma possibilidade de troca verdadeira e edificante do processo motivacional. O estudante na sua condição realística e decisória é o cimento dessa argamassa, não obstante os profissionais da educação coadjuvam no ambiente escolar, seria mero casuísmo concordar com o senso comum quanto aos papéis representados na escola, ao mestre verdadeiramente lhe é outorgado o direito a humildade e sabedoria quando se coloca a favor da liberdade de aprender e ensinar, ao se perceber agente causador cria-se um abismo entre o saber e o aprender, somos todos aprendizes no ambiente educacional, entre as fresta da possibilidade devemos adentrar ao método e a concretização desse maravilhoso mister, prezados colegas, talvez não compartilhemos as mesmas opiniões, as mesmas vivências, mas com toda incerteza acreditamos na possibilidade de aprender sobre a vida e seus descaminhos que conduzem a única certeza desse mundo....
O ensino e estudo das ciências da natureza nos moldes atuais é equivocado e contra producente, segundo análise dos autores do material enviado no curso de formação, necessitando uma abordagem mais atual, segundo critérios didáticos e pedagógicos progressistas, percebo que essa abordagem diagnóstica e ao mesmo tempo prognóstica, tem carácter ideológico e tendencioso, na tentativa de mudar pressupostos básicos para uma educação transformadora, em meros atos de foro administrativo, tentam através de uma visão simplista e burocrática, resolver o problema do interesse acadêmico, em uma perspectiva aglutinadora e perniciosa, juntar, unir, ou interpor conhecimentos distintos e complementares, como solução para a falta de interesse dos estudantes em aprender ciências da natureza. A nossa sociedade contemporânea, passa por transformações  superficiais e meramente de cunho comercial mercadológico, como no caso de uso de tecnologias, mas nos conceitos primários continuamos conservadores e praticamente sem alterações significativas, somos uma sociedade que explora e oprime nossos cidadãos a medida em que vivemos sob a égide da força e da truculência estatal, em que parcos investimentos são feitos na área de educação, infringindo aos professores além de baixos salários, uma sege emblemática e danosa tornando-os aduladores ou excluídos de brindes ou tarefas  com uma supervalorização de uma ingênua e pérfida ordem burocrática, os valores que movem a nossa sociedade são coloniais, somos todos compelidos a convivência nefasta da submissão e ou hipocrisia, levando-nos a um estado de prostração inequívoca e desanimadora. Nossos alunos mais parecem famigerados mendigos, famintos e assustados com essa escola de horrores, encontram pela frente profissionais frustrados, impotentes e limitados em suas possibilidades, diante de uma tarefa hercúlea e penosa, tentam agora subverter a ordem das coisas, como se por um passe de mágica pedagogista, pudéssemos transformar a sociedade e sua realidade, através de simples práticas expositivas, precisamos abrir os olhos de nosso alunos, com a verdade que nunca é absoluta, a verdade do trabalho que de fato produz e induz ao progresso e ao conhecimento, seja ele educacional ou social, não podemos seguir ingênuos e passivos em direção a aniquilação do estudo das ciências da natureza, transformando-nos em espectadores do fracasso e do engano, o processo educação-aprendizado, irá evoluir a medida em que nossa sociedade evoluir, a medida em que os valores dinâmicos e objetivos da ciência forem alçados enquanto os valores subjetivos e mitológicos forem destituídos em nossos objetivos de vida e em nosso cotidiano.   
Prof. André ADP Gonçalves



Um comentário:

  1. Parabéns Prof. André.
    Foi no ponto exato da questão. Excelente o texto.
    A educação agradece.

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