domingo, 31 de maio de 2015

Etapa II Caderno IV Linguagens - Reflexão unidade II Possibilidades de abordagens pedagógico-curriculares na área de Linguagens

Possibilidades de abordagens pedagógico-curriculares na área de Linguagens

Ao ministrar as aulas de língua portuguesa, já venho fazendo com a turma todo um trabalho pautado nas diversas modalidades de comunicação e sempre procurei colocar em prática o diálogo, as discussões sadias, incentivando a participação de todos, fazendo-os trilhar um caminho de aprendizado, com respeito às diferenças e liberdade de opinião de cada um. Sempre procuro algum exemplo da vida prática, de conhecimento de mundo, para fazer analogia até mesmo com os conceitos mais complexos de gramática. Seguimos assim, para além da gramática convencional. Dessa forma, há um diálogo muito profícuo entre o que procuro ensinar e o que eles, em sua maioria, os jovens, estão dispostos a apreender.
Em uma dessas conversas, tive a oportunidade de apresentar cinco práticas de linguagem presentes em suas vidas, ou que futuramente gostaria que estivessem, que foram:
·         Formação de rodas de leitura e compartilhamento de textos produzidos;
·         Instauração de ciclos de debates e diversos outros eventos;
·         Desenvolvimento de projetos culturais (teatro, dança, música e artes plásticas);
·         Participação em movimentos já instaurados (cineclubes, saraus, exposições);
·         Frequência a aparelhos culturais (teatros, cinemas, museus, feiras, etc.)

Quanto às rodas de leitura e compartilhamento de textos escritos por eles, já tivemos a oportunidade de experimentar e o resultado foi ótimo. A princípio, com timidez, depois, com dedicação e interesse no que o outro teria a partilhar. Tal atividade ajuda na elevação da auto-estima e faz com que alunos se sintam também sujeitos da aprendizagem. Sempre que há algum tema polêmico na mídia, proponho debates, momento em que todos podem manifestar seu pensar e sabem que gozam de liberdade para falar. Essa atitude é importante, pois ajuda a “destravar” o pensamento, que muitas vezes não é manifestado porque o aluno tem vergonha de falar.
Quanto aos projetos culturais, houve poucas oportunidades de levá-los a conhecer um espetáculo de dança, peças teatrais, exposições de obras de arte... Porém, comento muito com eles e mostro materiais que falam da importância desse tipo de manifestação artística para a perfeita compreensão dos conceitos de cultura e identidade. Aliás, sinto a necessidade de aliar meus ensinos de língua portuguesa e literatura a conceitos de obra de arte musical, cênica, pictórica e escultural, por exemplo, em determinado momento em que tal obra foi concebida, o que se falou sobre ela, qual foi a opinião da crítica da época? O que aquela peça, aquele quadro significou para a humanidade? Esses são exemplos de conhecimento de mundo, ao qual o nosso jovem de ensino médio, da realidade da nossa escola, ainda não conseguiu ter contato. Infelizmente, não há meios financeiros de levá-los até tais lugares, a um teatro, museu, conhecer cidades históricas, o que seria uma aula em que a prática iria corroborar a teoria. Fica aqui declarada a vontade de nós, docentes, de transformar essa ideia em realidade.
A respeito de tais práticas de linguagem, faço uma paráfrase ao que é dito no texto desse Caderno, que o jovem também pode se apropriar dessas práticas de linguagem para acessar espaços sociais e também para refletir sobre seu mundo e sua identidade, tornando-os seres independentes e capazes de se integrarem ao mundo em geral, à sociedade, com bagagem para conhecimento e exploração do novo, afinal, os professores não vão estar para sempre na vida desses alunos para dar-lhes a direção e as definições de suas escolhas. Eles deverão estar aptos a seguir com suas vidas nos ambientes mais diversificados: trabalho, sindicatos, igrejas, etc.
Como direitos à aprendizagem e ao desenvolvimento, citaria, entre outros:
·         A pluralidade de práticas e valores socioculturais;
·         A compreensão, apropriação e uso de várias formas de linguagem;
·         O acesso crítico a patrimônios;
·         A construção e apropriação de ferramentas conceituais e procedimentais de diversas tradições do conhecimento humano;
·         A historicidade como forma de desnaturalização das condições de produção e validação dos conhecimentos;
·         O pensamento emancipador;
·         A reflexão sobre o trabalho humano e seu papel na construção das relações entre pessoas e destas com as instituições.
  

Sendo assim, apresento essa reflexão aos colegas e aguardo um diálogo instigante a respeito das possibilidades de trabalhos interdisciplinares. 
Prof.: Kassia Fernandes

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