Reflexão e Ação
Nesta unidade discutimos a formação da área de
Linguagens, o conceito de linguagem e apresentamos os conhecimentos da área.
Agora vamos refletir um pouco sobre esses temas através da discussão do filme O
enigma de Kaspar Hauser, do diretor alemão Werner Herzog, que você pode
assistir em: https://www.youtube.com/watch?v=MxpuYFouR70. Consideremos a
seguinte ordem na atividade: Assistir ao filme, procurando observar e anotar,
quais são as relações entre linguagem e construção da realidade; como as
práticas de linguagem estão atreladas aos contextos sociais e históricos; como
os conhecimentos de linguagem listados acimas aparecem no filme. Em roda de
discussão, comparar as anotações e reflexões. Ainda no grupo, discutir a
relação entre imposição e opção na linguagem e entre reprodução e mudança
social.
Trabalharemos
aqui brevemente um contraponto entre o conteúdo inicial do tópico “1. A Área
Linguagens e sua contribuição para a formação do estudante do Ensino Médio”,
apresentadas através do material didático desenvolvido para a Formação de
Professores do Ensino Médio, funcionando como parte do desenvolvimento do
programa do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, e o filme “O
enigma de Kaspar Hauser”.
Podemos entender
a linguagem como produtora de sentido, através dela nos comunicamos com os
semelhantes e podemos expressar, ou ao menos tentar expressar, o que desejamos,
como nos posicionamos criticamente diante de algum contexto específico. De acordo com o Caderno IV Linguagens:
“As linguagens
são aqui compreendidas como formas sócio historicamente definidas de produção
de sentidos, sendo que elas configuram mundos e o que denominamos realidade”.
(2014, p.10)
No filme, desde
que Kaspar Hauser é literalmente carregado para fora do cativeiro em que
cresceu isolado completamente do mundo, ele tem o desafio de desenvolver sua
autonomia pessoal, o que se torna extremamente difícil por não conseguir
verbalizar, ou antes mesmo disso, por não compreender os simbolismos,
denominações e funcionamento do sistema social que a partir daquele momento
estava inserido após ser abandonado. Faltou para o protagonista a base comum da
comunicação, elementar na vida social. Para ele tudo era novo e ao mesmo tempo
que maravilhoso, assustador!
Kaspar, de
acordo com os novos aprendizados sobre e com o mundo social, sofria para se
adequar, além de se sentir ridicularizado, diminuído, mesmo assim no
desenvolver do filme, observamos sua tentativa em romper com convenções sociais
naturalizadas e que o personagem não via sentido. Em contrapartida os
cientistas e os mantenedores da “ordem” desde o princípio preocupam-se em
registrar as “anomalias”, diferenças, como um grande tratado experimental,
ficando em segundo plano o ser humano que estava diante deles.
A grande
dificuldade nesse contexto pode ser explicada segundo o texto estudado
(BONINI,2014) porque a linguagem, entendida como elemento essencial para o exercício
da cidadania, é constitutiva das relações humanas, transpondo todas as práticas
sociais e as diversas áreas de construção do conhecimento. Os conhecimentos de
Kaspar estavam todos sendo construídos já na sua idade adulta, criando uma
série de obstáculos e preconceitos.
Algumas
perguntas foram feitas a partir das reflexões diversas, como: Como podemos
pensar a educação além dos muros da escola? Quais são os preconceitos
vivenciados pelos nossos estudantes? Como podemos combate-los? Qual é o juízo de
valor social contemporâneo? Por que o “diferente” tende a sofrer tanto?
Prof. Raquel da Camara
Referências:
BONINI, Adair,
et al. Formação de professores do ensino
médio, etapa II - caderno IV :
linguagens / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica;
Curitiba : UFPR/Setor de Educação, 2014.
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